quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Haddad? Será que Haddad?

O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza

Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho

O que será, que será?
Que vive nas ideias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos

Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Cadê o sangue? viraliza nas redes sociais.

Nosso colunista sobre tecido adiposo e anatomia abdominal ainda está revisando o Sobotta, daqui a pouco ele vai ligar pra uma amiga colorida dele da pericia criminal, que ficam simulando cortes com feinhos que o seu outro amigo colorido da PM arruma...
De qq forma aqui no editorial há de fato unanimidade com relação ao esfaqueamento.
Mas dúvidas com relação à ausência de sangue na foto lateral, assim como perplexidade com relação à foto com os fascistas do hospital...
Contradictoriamente tb há unanimidade com relação à manipulação generalizada que é a Historiografia Burguesa, apenas comemoramos o fato de que de certa forma a Historiografia Barroca foi superada quase na totalidade do Brasil por exemplo...
A uninamidade com relação ao fato do esfaqueamento é essa evidência de que Bolsonaro é um tiozão crente, como todas as pessoas que lutam pela própria vida. q

Museu Nacional, um filme de Almodóvar...

Pedro Almodóvar nos confidenciou que na verdade o título do filme originalmente seria ~Perdeu, perdeu~, a propósito da cena do assalto à equipe de filmagem do filme. Não seria a primeira vez que o Deus do cinema fizera roteiros metalinguisticos, que tanto cativam seu público muito interessado nos meandros do cinema em si.
Como tendência glocal, outros Deuses do cinema anunciaram que vão fazer um filme no Brasil, já que há tantas cores e tanta vontade de potência na população, perfeitos para serem retratados, como na cena dos travestis na grade imperial, fora da Quinta da Boa Vista.


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Nota sobre o incêndio no Museu Nacional: #MuseuNacional Continuo torcendo para que não destruam o portão colossal, medieval...



-Em 2018 teve o incêndio do Museu Nacional. Luzia na verdade não tinha aspectos negroides. Nesse mesmo ano as tecnologias digitais já superavam extensivamente as aulas in loco. Todas as peças eram secundárias com relação a peças relativas aos seus países de origem. Mas nem por isso é bom doar mais nada pro Brasil, esses moderninhos...

Acho que o incêndio foi criminoso por conta da coincidência com a carta da independência do Brasil da princesa Leopoldina, mas posso estar errado.
Eu sou ateu, niilista...
Acho que Luzia viveu num tempo com pros e contras:
-Pros: Paleo-diet, ausência de patriarcado.
-Contra: Não tinha internet.

99 em cada 100 pessoas compartilharam o incêndio, mas não vão em museu nem de graça...

Pois é. Eu entrei no Museu Nacional e não lembro, acho que os meios pós-modernos de difusão do conhecimento são superiores e os objetos originais são fetiche.

Nenhuma perda é irreparável...
Nenhuma perda é uma perda...
Os brasileiros em gerais são bons ressignificando os museus tudo... O incêndio no Museu Nacional pode ser visto como chamada de marketing! lol

Eu prefiro o estilo arquitetônico imperial, então chamo a atenção para cuidar do prédio da maravilhoso da UFRRJ...

Museu nacional...
Em 1990 criança não pagava pq criança n aproveita nada mesmo... q
N lembro de nada...

Se o museu tivesse tido um cinema, eu teria entrado lá finalmente. Teriam que ter concertado o bagulho elétrico... Viva o cinema!

#MuseuNacional
Continuo torcendo para que não destruam o portão colossal, medieval...

Museu Nacional da Quinta...
Era o palácio de veraneio onde uma vez Dom Pedro escrevera: ~Hoje todos foram bons escravos bobos...


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Malditos porcos bizarros!





O que acha do Jessé de Souza?

Gosto da análise dele
Embora acho que é parcial, no sentido de que é uma leitura absolutamente válida e pertinente, mas não explica tudo.
Альваро Андреа
Eu acho que é literatura do campo da literatura...
Nem a Filosofia é ciência...
As ciências humanas não são ciência para segundo os métodos das ciências aproximadas, que se dizem “exatas”.
Альваро Андреа
Eu fico com um mal estar epistemológico com relação a ele, pq eu acho que Sociologia é uma ciência dura, quase idêntica à economia.

A leitura de Jessé se aproxima mais da antropologia e da etnografia. Mas essa questão de “ciência dura” é uma mera questão de metodologia.
Альваро Андреа
Sociologia é o que vc falou agora: Lauro de Freitas cresce, é mais organizado, etc... Lá a elite com suas paranóias, isso é psicologia.

O fato de usar dados e métodos estatísticos não quer dizer que há uma maior precisão, porque os dados podem ser vistos por vários ângulos, a depender da interpretação.
Альваро Андреа
Fico incomodado com a especulação subjetiva na Sociologia...
Mas o objeto dele é o perfil psicológico da elite, tá louco!
Pode ser qq coisa. Eu acredito na astrologia.

O caso que citei de Lauro de Freitas é uma perspectiva objetiva sobre alguns aspectos administrativos, mas tem cidades do mesmo porte que não tem o mesmo resultado. Minha percepção tem a ver com meu parâmetro de comparação.
Pois é, mas veja bem, também não gosto de psicologismos, mas a etnografia trabalha exatamente no campo interpretativo dos dados da realidade, de modo qualitativo.
Альваро Андреа
É, mas se vc se deixar estar a cidade pode te atropelar... São fenômenos que se impõe, os defeitos sociais de funcionamento da cidade...

Por exemplo, a partir do discurso de alguns atores sociais e sua percepção sobre determinados fatos da realidade pode se traçar um perfil do pensamento de determinado grupo social.
Альваро Андреа
Sei... Eu fico particularmente incomodado com isso de que a elite quer privilêgios, pq na psicologia os gostos mudam...
Pode, mas tb pode se mudar numa boa...

Nesse caso, talvez o errôneo seja essa classificação de “elite”, o que é um termo complicado.
Альваро Андреа
Psicologia merece respeito, só n gosto que chamem de Sociologia.
Se falam dos privilêgios, ai cai no campo da literatura e da arte! q

Mas, por exemplo, o que Albergaria chamava de “amor à diferença” no sentido de “apreço à distinção” é algo bastante perceptível na cultura do dia a dia da classe média. Eu ouço exemplos disso quase todos os dias.
Альваро Андреа
O que me incomoda de modo geral é que é uma obra negativa. Interpreta negativamente o fenômeno, beirando a perversão. Se é realista, talvez seja, mas é sobre tudo estéril.

Ou seja, há uma perspectiva aristocrática da classe média que se reproduz no campo da cultura e a herança do pensamento colonial e escravista está no dia a dia, muito mais do que na “elite”.
Acho que explicar esse fenômeno de forma contundente é algo importante para provocar o debate sobre o tema, embora eu discorde da abordagem desse termo “elite”.
A meu ver é um mérito do trabalho dele, é um esforço interpretativo de um fenômeno que é real, mesmo que a abordagem não seja a ideal.
Eu digo isso porque, muito antes do lançamento do livro, pude observar esse fenômeno em inúmeras situações
Альваро Андреа
O Brasil descamba pra Religião por causa da complexidade... No Rio as pessoas são muito religiosas pq a vida acaba sendo esse comportar-se bem ou mal segundo o caráter...
Todo mundo fala, que as pessoas querem privilêgios... Pisar nas outras...

Especialmente observando as reações de pessoas da classe média ou que tinham algum poder de mando ao fato de pessoas pobres terem acesso a bens de consumo e a usufruirem de direitos básicos que não tinham anteriormente.
Альваро Андреа
Eu acho que tem mérito artístico, junto com Lars Von Trier em Dogville, Dancer in the dark...

Mas eu acho que não dá pra mudar a realidade sem enfrentar os próprios demônios.
Альваро Андреа
Tem um sociologo que se diz economista, que fala da economia na sociedade, às sextas, no Seu Jornal da TVT... Fausto Junior.
Eu acho que sociologia é isso.

Uma vez conversando com o prefeito de uma cidade do interior ele reclamava que as pessoas não queriam mais trabalhar por causa do bolsa família. Eu quis saber dele por que ele tinha essa percepção. Ele me respondeu que antes ele chegava com com um caminhão na praça e tinha um monte de gente esperando pra subir no caminhão e trabalhar em uma fazenda qualquer, mas isso não acontecia mais hoje, porque o bolsa família teria deixado as pessoas preguiçosas. Como você interpreta isso?
Альваро Андреа
Falta de mão de obra paraguaia, por que sem o imperialismo Brasil e Venezuela estariam numa boa... Burrice, as paraguaias são ótimas! q

Veja, eu não discordei dele em relação ao fato que ele relatou.
Альваро Андреа
Falta de educação formal, pra procurar automatizar o processo...

A questão aí é a interpretação do fato
Альваро Андреа
Talvez seja pecado, mas acho que o mercado regula isso.
Se não tem ninguém pra trabalhar no campo, mas tem bolsa família a rodo, vai ter inflação.
Dai vai valer mais a pena o produto que o dinheiro.
O marxismo é totalmente a favor da mecanização, do taylorismo, tudo...

De certa forma, essa questão do “mercado” é uma interpretação válida, porque houve aí uma intervenção do Estado no mercado que favoreceu os trabalhadores, mas a não intervenção favoreceria os patrões, de modo que não há como ter neutralidade nessa questão.
Альваро Андреа
Talvez o latifundiario tenha fetiche pelo chicote mesmo...
Tem haver com a macro-economia, essa cidade era pequena.
O bolsa família é pago pelos grandes produtores da soja...
O médio produtor estava em extinção...
Tinha que investir em outro rubro, em si mesmo, na sua formação.
Mas eu ainda acho que a importação de mão de obra é etnicamente benédica.
Benéfica.
Bem, minha interpretação do fato que relatei é a seguinte: o bolsa família proporcionou que não houvesse mais fome no campo, pois mesmo o valor sendo muito pequeno, às necessidades mais básicas de alimentação do trabalhador rural. Desta forma, não passando mais fome, esse trabalhador não irá mais se submeter a trabalhar em fazendas ganhando um miséria, pois passou a ter condições de negociar com o patrão o valor do seu trabalho. Por outro lado, o programa bolsa família obrigado que as crianças estejam matriculadas e frequentando a escola, de modo que desestimula o trabalho infantil, pois como a família tem o que comer e também a criança tem merenda escolar, a família não obriga mais os seus filhos a trabalhar para ajudar a família na subsistência. Por conseguinte, as crianças que estudam passam a ter perspectiva de um emprego de nível melhor no futuro, mesmo que no meio rural. Tudo isso cria a situação em que os fazendeiros tem que fazer concessões aos trabalhadores e até garantir direitos que antes não eram observados. Caso esses direitos e um valor de remuneração não seja garantido, os trabalhadores não se submeterão ao trabalho análogo ao escravo, de modo que serão considerados preguiçosos. Isso força ao patrão reconhecer que ele necessita do empregado, o que entra em contradição com a sua percepção histórica de que ele está fazendo uma “concessão”, uma bondade ao explorar o trabalho alheio pagando uma miséria.

Ainda há como herança colonial e do sistema escravista essa ideia das classes mais abastadas de que eles fazem um favor àqueles que eles contratam, como se eles não passassem fome por causa da bondade do patrão, gerando a ideia de uma troca de favores em que o empregado deve um favor ao patrão, como se o patrão também não necessitasse do trabalhador para gerar a riqueza de que ele se apropria.

Em resumo, a passagem da percepção escravista para uma relação moderna de trabalho entram em choque.
Альваро Андреа
O legal é que todo mundo conhece o funcionamento.

A questão é que essa percepção é generalizada como um dado ideológico enraizado na cultura e internalizado pelos próprios explorados.
Альваро Андреа
Não, eu concordo... Falta de educação formal...
O opressor ancestral não quer estudar...
Mesmo assim é um trauma psicológico... Tudo é um trauma.

Meu velho, estou indo dormir. Amanhã retomamos esse papo interessante.