segunda-feira, 30 de julho de 2018

Na eleição de Lula tem uns problemas de execução:

Lula pode ser eleito, mas pode ser impugnado por ser o maior delinquente da História e ter que ficar preso. Então talvez fosse melhor votar no Ciro Gomes e rezar pra respeitarem o mandato neoliberal dele... Mas afinal, até mesmo Lula é meio neoliberal... Os problemas do povo brasileiro são a falta de resolução ideológica na política, porque assim no improviso e no juízo moral ninguém sabe onde vai, e da mesma forma o desespero e apelo celestial para que Deus proveja.
Até mesmo Lula era uma derrota para a classe trabalhadora, a vida em sociedade não precisa ser essa opressão dos predadores, onde os fracos precisem sempre diminuir ainda mais sua força, até a morte por exaustão dessa deformação dos direitos trabalhistas, para sobreviver. Viva a Revolução Social! Viva o Comunismo!

PT, uma derrota de poucos gols fora de casa.

Redução de danos, disparou o muso dos Pericos, que nunca foi ao Brasil porém ama fake news...

quarta-feira, 18 de julho de 2018

FAÇAM VÍDEO MAPPING PRO TITIOOO!1!



Problema
A carência de estudos epistemológicos sobre o aumento prolífico da tecnologia
audiovisual, desenvolvido pelo imperativo industrial e promovido pela produção artística.
Essas recentes tecnologias e técnicas de audiovisual tridimencional, ainda pouco difundidas na
Bahia hipoteticamente tem maior poder imersivo/cognitivo que o formato audiovisual clássico,
bidimensional, o que acarreta maiores responsabilidades por parte dos produtores
audiovisuais.
Há no Vídeo Mapping recursos técnicos que de acordo com Rafael de Oliveira Garcia,
2014, no seu TCC "VIDEO MAPPING: Um estudo teórico e prático sobre projeção mapeada",
podem categorizar as obras de Vídeo Mapping em 2D e 3D, mas mesmo com essas
diferenciações técnicas precisas, há uma gama de recursos e variantes que impedem que as
categorias sejam bem definidas. Por exemplo, nada impede que se use ambas categorias numa
mesma obra, assim como outros elementos, como um suporte histórico-patrimonial (com toda
a poética e signos ou símbolos históricos). Uma categorização conservadora seria a de fazer
um levantamento dos tipos de Vídeo Mapping em destaque, e analizar as técnicas usadas com
maior frequência em cada caso.
A literatura sobre audiovisual se refere principalmente a formatos técnicos de suporte
das obras (VHS, DVD, Digital, etc), por outro lado também há definições narrativas sobre as
obras audiovisuais (Documentário, Ficção, Curta-metragem, etc), mas há pouca literatura
sobre a experiência do ponto de vista cognitivo do espectador, nos Formatos Audiovisuais
contemporâneos, que quebram principalmente o paradigma da bidimensionalidade das obras
(Vídeo Mapping, 3D, holograma, locative media em geral, etc).
A quebra do paradigma da bidimensionalidade implica numa mudança na experiência
cognitiva do espectador?
De quê forma a narrativa, o suporte técnico e o código ontológico de comunicação das
obras audiovisuais, convergem para a consolidação de formatos audiovisuais epistemológico-
congnitivos?
Será o teatro uma experiência audiovisual, como convenciona-se dizer sobre a TV e o
Cinema?
É possível classificar Formatos Audiovisuais de acordo com a experiência cognitiva?

Essas são as inquietações que motivam a minha pesquisa, inserida no campo da
Epistemologia da Comunicação, que em tese estaria inserida na linha de pesquisa de Estudos
Interdisciplinares em Desenho, pela mudança de paradigmasespecíficos no tipo de desenho e
sua interação como fonte/formato e espectador.A essência desses desenhos tridimensionais
contêm códigos semióticos inéditos, ao menos desde o seu advento no final do século
passado,e podem configurar novas fontes de conhecimento.

Tema
Vídeo Mapping, dentro os formatos audiovisuais tridimensionais, é o formato que tem
uma relação peculiar com a representação do desenho ao ponto de ser questionável se o
mapeamento dos contornos dos objetos é um desenho, já que no estado de mapeamento a
representação é igual ao objeto. Para Victor Vasarely não há contornos ou os contornos são
arbitrários e convencionais, nessa perspectiva o mapeamento é um desenho na sequência
animada do mapeamento, os frames que buscam enganar a percepção, em si, são desenhos
porque tem uma existência própria e representam a localização anterior ao objeto mapeado.
Em suma, quando o mapeamento está no mesmo local do objeto é um decalque do
objeto, quando se move é uma projeção gráfica que busca representar fisicamente o objeto.
Há mais recursos de exploração gráfica do vídeo mapping enquanto desenho no vídeo
mapping enquanto desenho no vídeo mapping 3D que no 2D, apesar que no caso específico
dos contornos dos objetos é sempre 3D. O Vídeo Mapping 3D transforma os objetos em
desenhos animados.
No artigo intitulado FUSÃO PROJETUAL, MOVIMENTO BETA E ANAMORFOSE, TÉCNICAS
VISUAIS PARA O VÍDEO MAPPING, discuto a Psicologia da Percepção no Formato Vídeo
Mapping. Ainda há uma lacuna teórica sobre o que é o Desenho e como essa definição se
relaciona fenomenologicamente no Vídeo Mapping, mas pelo exposto será uma definição
sobre o desenho como representação, da qual tive conhecimento ao longo das disciplinas..

Objetivos Geral
Colaborar na produção acadêmica sobre os formatos audiovisuais, na definição do
conceito de formato audiovisual, conceito que também pode ser utilizado, o de formato, em

outros estudos da ciência humana como a Filosofia da História, na medida em que se discute o
essencial de um fenômeno e o seu veículo. No caso do Vídeo Mapping e no audio-visual
clássico, é talvez mais clara a divisão entre formato e essência ou conteúdo, mas a poética
diferente do Vídeo Mapping, tal como apontado por MORAES (2014), na sua dissertação de
mestrado intitulada Video mapping: inquietações para uma poética, modifica a complexidade
e a capacidade comunicacional, inclusive pela simbologia ou signos do suporte onde se projeta
(tradicionalmente locais de memoria patrimonial), ou simplesmente pela cognição ou
fenomenologia tridimencional em si.

A Analisar ontologicamente a experiência cognitiva do espectador para com obras de
Vídeo Mapping, 3D, hologramas, etc, como contraponto ao audiovisual tradicional do século
XX.
Analisar o Vídeo Mapping, 3D, hologramas, e desenvolver um arcabouço teórico para
compreender futuros fenômenos de experiência visual. Do ponto de vista da História do
Desenho, desenvolver conceitos epistemológicos sobre o advento desses fenômenos
sensoriais/visuais.
Desenvolver um amplo debate sobre os “Formatos Audiovisuais” do ponto de vista do
espectador e sua experiência, em busca de uma ontologia audiovisual, analisando o fenômeno
antropológico a partir do teatro, como origem do audiovisual.
Desenvolver um debate acadêmico, com outros pesquisadores de temas circunscritos ao
VideoMapping, 3D, Ciência da cognição, Comunicação, etc, em busca do desenvolvimento de
uma Epistemologia dos Formatos Audiovisuais, defendendo a priori a tese de que a
experiência tridimensional configura um Formato com códigos distintos aos do Cinema e TV,
bidimensionais.
Analisar sociologicamente o fenômeno dos formatos audiovisuais tridimensionais no
contemporâneo digital, conectado por redes sociais, levando em consideração o fenômeno
holístico, socioeconômico, histórico, etc.
Pesquisar o desenvolvimento de obras narrativas literárias nos “Formatos”
tridimensionais.
Desenvolver Vídeo Mappings próprios, com narrativas literárias, equiparando seu status
narrativo ao de obras de Cinema e TV.

Objetivos Específicos
Analisar sob vários aspectos a evolução da imersão, como a coginção humana, a
interatividade, portabilidade, usabilidade, etc.
Pesquisar sobre a Hisória do Vídeo Mapping no Brasil e na Bahia.

Hipóteses, o quê se espera encontrar:
A constatação de que a realidade virtual é a maior ferramenta de didática por causa da
imersividade.
Que o poder semântico do vídeo mapping como narrativa patrimonial material é muito
poderoso também.
Que existe uma tendência e um desejo pelo audiovisual tridimencional interativo, como
o holograma, refletido na ciência ficção.
Que já há indícios de que no futuro cada tecnologia audiovisual vai se formatar
naturalmente de acordo com seu potencial.

Formato e mensagem

Universidade Estadual de Feira de Santana
Mestrado em Desenho, Cultura e Interatividade
Desenho, Registro e Memória Visual










VÍDEO MAPPING PATRIMONIAL

















Camilo Espinoza







Feira de Santana, 08/08/2018
Formato, conteúdo e sustentabilidade:
No decorrer do módulo, de estudo de textos sobre desenho, iconologia, iconografia, de forma indireta semiótica, e de retomada dos assuntos do primeiro módulo, sobre memorialismo, há uma relação de análise formal entre minha pesquisa e o memorialismo, ainda que tácita nesse último caso, sobre as motivações que guiam a História.
Tacitamente, todo o estudo memorialista e todo o establishment global assume uma disputa óbvia de toda ordem: bélica, financeira, cultural talvez... Os autores memorialistas não questionam essa disputa, já que de fato o registro da História demonstra o pragmatismo do seu percurso. As motivações desse pragmatismo são ofensivas e defensivas, como a condição dos animais em estado selvagem, ou como é tabu dizer: O homem é o lobo do homem, e o motor da História é a luta de classes.
Esta análise sobre formatos pode ser classificada como ingênua, sentimental, mas se aparentemente não há diferenças entre as motivações dos animais e dos seres humanos, cabe analisar filosoficamente as motivações dos animais e dos seres humanos. Quais filosofias são sustentáveis? Será possível uma tradução filosófica do comportamento insustentável? Será a Era da Filosofia, depois da compreensão sobre todo tipo de contradição do capitalismo financeiro, ou o meio ambiente está fadado ao seu esgotamento? Será o ser humano insustentável e incompreensivo?

Filosofia, tradução e pós-modernidade.

Não são poucos os filósofos que assumiram a empreitada de analisar o funcionamento social do Estado. Talvez o primeiro e dos mais célebres, Platão, já percebera como a organização social e sua História são o formato da Filosofia. Platão inclusive pensou num local talvez físico para as idéias perfeitas, que não os livros e textos nas redes sociais... Ele falava da tradução material das idéias, ou da representação intelectual dos fatos materiais, inclusive aplicado aos seres humanos, atribuindo a mesma tradução essencial das suas idéias a um modelo ininteligível... A alegria seria materializável e teria uma essência similar ao modelo, por exemplo.

Ao longo da História, o nível de complexidade da vida social e emocional aumentou, o esquema cognitivo idealista de Platão, como toda fórmula matemática, pode se aplicar eternamente, particularmente com sucesso em muitas sociedades ao longo da História, notadamente as monoteístas. Os esquemas de interpretação filosófica e matemática não são excludentes uns com os outros, sua utilização pelos seres humanos é eivada de visões particulares da cultura. Nessa apresentação defendo que cada eiva e seus detalhes, tudo na vida, pode ser traduzido em fórmulas filosóficas, como é o objetivo geral da epistemologia de forma processual, ou da ontologia seguindo a iniciativa de Platão, de forma essencial.

Existencialismo e essencialismo por tanto podem ser interpretados de acordo e em favor das duas grandes diretrizes políticas, na Direita o existencialismo promove o empreendedorismo, conflituoso com o conservadorismo das camadas dominantes tradicionais, que buscam controlar os empreendimentos, aceitando os empreendedores, gerando o conflito do prestígio social, surgido na Revolução Industrial, onde a burguesia dominou o mundo e buscou ideologicamente promover a ciência em detrimento da religião que prestigiava a nobreza, exclusivamente baseada na genealogia. A astrologia como sistema arquetípico é libertário, horizontal, e platonista segundo a essência das pessoas. Num mundo capitalista, a herança material assim como todas as características das pessoas (inclusive o valor que os indivíduos dão ao passado) de acordo com a Astrologia, varia de pessoa a pessoa.

Apesar de não ter fundamentos científicos a Astrologia é uma tendência identitária presente na cibercultura global, e no Brasil conta com inúmeros grupos por exemplo em redes sociais, que no campo subjetivo da superstição acabam ocupando espaço no imaginário algumas décadas atrás monopolizado pela religião católica. A "iconorréia" citada desdenhosamente por Joël Candau e por outros cientistas sociais da área da Cultura, por exemplo na citação de Umberto Eco de que "as redes sociais deram voz aos imbecis", tende ao anacronismo, na medida em que as próprias redes sociais tem encontrado seu caminho epistêmico e suas medições de qualidade, através de quantidade de interações como o trending topics, inclusive remuneradas no YouTube, por exemplo. Mesmo que em grande parte o conteúdo na internet não resista a uma pesquisa em fontes da própria internet, a própria produção de conteúdo na internet produziu sua própria linguagem e impactou os rumos políticos e culturais da vida "real".

Talvez os memes merecessem uma secção especial nessa análise, talvez por ser uma expressão cunhada ainda que indiretamente no próprio ambiente acadêmico¹, mas sobretudo por ter uma função comunicativa Sui Generis, que eu considero uma seleção natural de estilização plástica da expressão teatral humana, corporal, facial ou literária: Determinadas expressões representam e comunicam alguma mensagem de uma forma tão precisa que passam pelo crivo dos bilhões de imbecis conectados na internet, produzindo uma nova iconologia, muito mais democrática que as iconologias verticalizadas da Igreja Católica na Idade Média por exemplo, quando não se sabe de quê forma a população poderia participar das tendências, mas se sabe que as massas na sua extensão não tinham o conhecimento, nem poderiam ter, sobre a pelagem do leão marinho...

leãof.jpg
(Figura 01: Leão Marinho com escamas, 1575. Fonte: Testemunha ocular: história e imagem.)
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1. Meme é um termo criado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller O Gene Egoísta e é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima.
Apesar de não ser egiptólogo, existe uma arte, não diria que é um meme, que relaciona os hieróglifos do Antigo Egito aos memes pós-modernos, será?
Meme é considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros). No que diz respeito à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida como unidade autônoma. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética.
Quando usado num contexto coloquial e não especializado, o termo meme pode significar apenas a transmissão de informação de uma mente para outra. Este uso aproxima o termo da analogia da "linguagem como vírus", afastando-o do propósito original de Dawkins, que procurava definir os memes como replicadores de comportamentos.
"A chave de todo ser humano é seu pensamento. Resistente e desafiante aos olhares, tem oculto um estandarte que obedece, que é a ideia ante a qual todos seus fatos são interpretados. O ser humano pode somente ser reformado mostrando-lhe uma ideia nova que supere a antiga e traga comandos próprios." Ralph Waldo Emerson.

lulalass.png
(Figura 02: "meme", hieróglifos x emogis, disponível em https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502069126_ARQUIVO_ArtigoANPUH.pdf)

Cibercultura, Memes, Astrologia, o fato é que são elementos circunscritos à pós-modernidade. Questiona-se o valor da memória, contrapondo à memória de dominação da burguesia a vontade de potência do indivíduo, muito mais compatível com a superação de adversidades, a relativização das mesmas ou simplesmente sua desconsideração, que com a especialização na manutenção de opressões. Os especialistas em manter opressões não estariam se desenvolvendo humanamente, e não necessariamente estariam garantindo poder e riqueza. De acordo com Max Weber qualquer um pode ter idéias milionárias, e nesse caso a auto-percepção e a identidade abolem toda distinção essencial. De modo existencialista, segundo Sartre, tudo pode ser diferente, e apesar desse filósofo ter simpatizado com o Socialismo em Cuba o existencialismo aplicado ao indivíduo endossa o empreendedorismo, a relativização de todo o passado e o hedonismo imediatista, a exemplos de heróis pós-modernos como Mark Zuckerberg, Bill Gates e O Lobo de Wallstreet.

Todas as pessoas tem características particulares, os filósofos e pensadores diversos como John Locke teorizaram sobre a formação do caráter e temperamento dos indivíduos, mas sem dúvidas, as características das pessoas é um campo misterioso e talvez impossível de compreender exatamente. As ciências humanas são obscuras, a astrologia não faz parte das ciências humanas. Mas se existe um padrão astrológico, assim como toda a doutrina da pseudociência, os arquétipos estão para a História como as idéias platônicas estão para a vida humana. Considerando uma essência humana relativa à astrologia, há uma relação evidente na História, resta realizar estudos empíricos em todo âmbito da vida social, para analisá-los desconsiderando a falta de provas científicas na base teórica da doutrina. Talvez determinados signos zodiacais tendam à riqueza e outros ao imediatismo e ao desprezo pela memória, cumulativamente através da loteria das gerações.

O mistério e as teorias que envolvem o caráter do ser humano, sua felicidade, se vinculada ao passado ou ao presente, e a completa falta de comprovação científica da astrologia, permanecem um enigma com todo tipo de adeptos com suas interpretações hegemônicas ou peculiares. Todas se enquadram em doutrinas filosóficas publicadas ou por publicar.

De qualquer forma, considero que o pertencimento e a identidade dos indivíduos na pós-modernidade alternativamente ao que afirma Stuart Hall, podem tender a uma homogeneidade cultural através da internet, e não ao hermetismo cultural, e todo tipo de tendências sub-culturais, das mais diversas origens, como a Astrologia, podem ser mais significativas que expressões hegemônicas ao longo dos últimos séculos, como a Religião Católica. A pós-modernidade inclusive, promove a aproximação entre as classes sociais equivalentes, de acordo como aconselhava Marx, e como acontece nas tendências políticas e culturais.


Vídeo-mapping de patrimônio histórico.

Em sua monografia, no curso de Graduação em Artes Visuais, intitulada PROJEÇÕES MAPEADAS E PATRIMÔNIO HISTÓRICO: NETWORKED HACK LAB BAHIA E FESTIVAL RECONVEXO, Jamile Nascimento Araújo desenvolve uma análise sobre o Patrimônio histórico e cultural, a partir da publicação com o mesmo nome de Funari e Pelegrini (2006).

Ainda de acordo com Funari e Pelegrini (2006), o surgimento dos Estados nacionais propicia a transformação do conceito de patrimônio. A França foi um dos primeiros estados a desenvolver o conceito moderno de patrimônio, agora não mais em âmbito privado ou religioso das tradições antigas e medievais, mas sim de todo um povo, com uma única língua, origem, território, como algo de interesse geral, seja por guardar a memória da história de um povo, ou por valores bibliográficos, arqueológicos, naturalísticos ou artísticos. A primeira lei patrimonial surgiu nos Estados Unidos, o Antiquities Act, de 1906, que visava proteger bens culturais de interesse da nação que estivessem em terras de propriedades ou controle do governo. A partir desse momento, o patrimônio passa a ser entendido a partir de três características: primeiro como um bem material concreto, um monumento, um edifício, assim como objeto de alto valor material e simbólico para a nação; em segundo, aquilo que é determinado patrimônio é o excepcional, o belo, o exemplar, o que representa a nacionalidade; e a terceira característica é a criação de instituições patrimoniais, além de uma legislação específica.

Essa parte da monografia está em consonância com o texto de Joël Candau debatido na disciplina, Memória e Identidade, como tema central do Memorialismo quando cita a Louis-Jean Calvet, sobre a transmissão social: O que conservar? Como conservar? Quem conserva? Como transmitir? E por que transmitir?
Para expor os casos onde o Vídeo Mapping é utilizado nesse formato patrimonialista, Araújo introduz o exemplo de empacotamento e outras intervenções artísticas em bens patrimoniais, como estudo de expressões artísticas similares.

2.2 - Intervenções Artísticas Justamente, pela sua imponência, alguns artistas se apropriam dos patrimônios nas suas pesquisas artísticas, como base para realizar suas obras de arte, por serem grandiosos, atrativos e simbólicos, causando maior interesse a quem observa as obras. A maioria das obras de arte que envolvem patrimônios arquitetônicos ou paisagísticos se classificam na categoria de intervenções, muitas vezes com a intenção de chamar a atenção do público e de criar nova forma de visão deste público em relação ao patrimônio.

Mais adiante cita o exemplo de Krzysztof Wodiczko, e depois estudos de casos próprios, no Brasil,

O artista polonês Krzysztof Wodiczko é pioneiro no uso das projeções mapeadas em espaços públicos e monumentos históricos como forma de manifestação artística. Suas obras têm a intenção da desmaterialização da arquitetura monumental, com o objetivo de quebrar a hierarquia imposta pela arquitetura, tentando devolver o espaço público aos cidadãos, ou seja, a humanização da arquitetura. Ele usa das projeções para retomar a memória dos monumentos, que em muitos casos são edifícios grandiosos, porém, esquecidos pela população. Em 1980 Wodiczko já realizava o seu primeiro trabalho usando o espaço urbano como veículo de artisticidade, no metrô de Toronto. São inúmeras as obras desse artista projetadas em monumentos importantes em diversos países (RIZZO, 2010).

Assim como eu no trabalho escrito do primeiro módulo, Araújo percebe uma relação entre o vídeo mapping patrimonialista e o Restauro.

Cesare Brandi (2004), teórico italiano especialista nesta questão, em sua obra Teoria da Restauração, publicada em primeira edição em 1963, considerou patrimônio a partir de duas instâncias: a estética, pelo caráter artístico, e a histórica que reconhece o tempo e o lugar, a humanização da obra. Na obra de arte sempre existirá essa contraposição de conceitos, sendo impossível existir obra de arte sem o tempo histórico, o que não impede a formação de uma configuração estética (BRANDI, 2004, p.29).

Tal comparação é quase óbvia em casos como o do Ara Pacis em Roma, relatado por Wilson Leite Moraes, na sua Dissertação de Mestrado VIDEO MAPPING: inquietações para uma poética, onde aponta para o uso do vídeo mapping na Educação.

Saggio e Borra (2013) comentam que a maioria das utilizações do video mapping, conhecidas pelos autores são direcionadas ao entretenimento, e que existem pouquíssimos trabalhos utilizados como ferramentas de auxílio no ensino. Eles defendem que essa técnica precisa ser mais utilizada em trabalhos de Realidade Virtual. Eles entendem que o mapping pode ser utilizado para experimentar a possibilidade de desenvolver projetos de restauração em fachadas de construções antigas, históricas, sem o uso direto de tinta sobre o suporte. Como uma forma de simular como ficará ou como deveria ser, na época de sua construção, tal qual foi executado na projeção sobre o “Ara Pacis” (fig. 25 a 28) – altar da paz do imperador César Augusto –, monumento do império romano exposto no Museo dell’Ara Pacis, desde 2006 e que passou por processo de restauração.
Jamile Araújo usa critérios para o que poderia se chamar de formato patrimonial de vídeo mapping,
3.2 - Critérios de Avaliação Os critérios usados para desenvolver a avaliação procedem sobre os princípios de produção e criação das imagens, seu processo de elaboração e a relação entre as imagens e o monumento sobre o qual foram projetadas. Assim a avaliação se divide em três etapas:
1. O conteúdo projetado, as imagens, cores, figuras, textos, fotografias, que podem ou não dialogar diretamente com o monumento suporte da projeção e seus significados;
2. O grau de interatividade, analisando-se como as projeções criam interatividade com o espaço, o tempo e as pessoas presentes, através de interação física ou sensorial, com uso de aparatos tecnológicos ou não;
3. A relação da imagem com o suporte, em que serão observadas as dimensões da imagem, bidimensionalidade ou tridimensionalidade, as relações sintáticas que a imagem produz com relação ao suporte, modificação da forma/geometria, as cores, etc.
Subscrevo aos critérios de Araújo, assim como também considero serem categorias de análise. No entanto, as relações entre a imagem com o suporte, crucial no vídeo mapping patrimonial, é sobre tudo uma relação semântica, já que a narrativa está sujeita aos signos do suporte. O que discursivamente não pode ser negligenciado, já que a depender da edificação, acarretará em avaliações identitárias por parte do público. Ou seja, o respeito ou a falta de respeito, numa obra de vídeo mapping patrimonial, são pressupostos. Vide por exemplo certas intervenções do Coletivo (carioca) Projetação:
coletivoprojetação4.jpg
(Figura 03: https://www.facebook.com/plataformaprojetacao/)
Por sua parte Wilson Moraes analisa o quê é o vídeo mapping em oposição às fantasmagorias, outro formato audiovisual:
2.4.1 Um show na escuridão Alguns estudiosos do video mapping o comparam ao show da fantasmagoria, como uma técnica melhorada daquela. Tentaremos refletir sobre as possíveis semelhanças e diferenças, compreendendo as dificuldades de uma analogia direta por pertencerem a contextos diferentes, o que remete a Grau (2009) que afirma que Figura 40: Lanterna francesa Figura 41: Lanterna inglesa Figura 42: Lanterna EUA Um dos modelos franceses. Um dos modelos ingleses. Um dos modelos norte americanos. 63 os relatos que temos sobre os eventos da fantasmagoria não nos dão a dimensão do que seria aquele espetáculo.
(...)
Ao comparar o show da fantasmagoria com o video mapping, compreendendo a distância que nos separa daquele contexto, podemos entender que o mapping como técnica de projeção, para além da utilização de recursos computacionais, também revisa técnicas de outros tempos, assim como fez o cinema, o livro, a lanterna mágica. Por outro lado, podemos entender que Robertson buscava trazer o público para “dentro” da narrativa, e como mágico, evitaria que se percebesse o suporte da projeção. No caso do video mapping, mesmo que ambientes com baixa iluminação sejam utilizados, notamos que a escuridão plena não chega a ser uma necessidade. Há registros de que, no início dos espetáculos da fantasmagoria, Robertson procurava advertir o público sobre o caráter de “truque” do que ali seria visto, que não se tratava de fantasmas “de verdade”, provavelmente para evitar o pânico e suas consequências em uma sala cheia e fechada. Mas não há registro da intenção de revelar o suporte, antes, durante ou após os shows. Diferente da fantasmagoria – e do cinema –, o mapping busca apresentar ao público o suporte da projeção, muitas vezes como parte importante da narrativa. Mostrar o suporte também pode ser uma forma de auxiliar na percepção gerada pela ilusão de óptica, gerada pela projeção que se “mistura” às formas de um objeto do ambiente natural.
Márcio Hoffman Mota, na sua Dissertação de Mestrado, de 2014, se refere a Krzysztof Wodiczko, como pioneiro em projeções em espaços públicos, definição que ajuda na epistemologia do vídeo mapping por haver restrições quanto ao que é e o que não é vídeo mapping. O termo vídeo mapping não se encontra associado ao seu nome, mas mesmo assim, pela epistemologia, perguntei a Krzysztof acerca do formato audiovisual:
kristoff.png
(Figura 04: Print de início de conversa com Krzysztof Wodiczko.)
Numa passagem sobre as fantasmagorias, Moraes atenta para um detalhe que envolve todos os formatos audiovisuais, desde o teatro até a realidade virtual, essencial na compreensão do funcionamento dos mesmos, a Cultura:
Superstições e crenças da época, de acordo com Grau (2009), muito provavelmente foram fontes de informações que incrementaram os shows da fantasmagoria. Os elementos da cultura do público, utilizados por Robertson em suas exibições fantasmagóricas, corroboram com o entendimento de que a cultura é um dos caminhos tanto para uma melhor comunicação quanto para auxiliar no envolvimento do público. Um reforço a essa afirmação vem do sucesso que ganhou o show, após sua apresentação em um mosteiro abandonado, organizado de forma que o público entrasse pelo cemitério, um ambiente que “preparava” o espectador para imergir no espetáculo.
A assimilação ou falta de assimilação cultural da tecnológica é um fator importante no funcionamento de obras artísticas que suponham aspectos mágicos na sua poética.  No caso do vídeo mapping patrimonial, uma categoria de vídeo mapping que tem vínculo com o memorialismo, no pós modernismo, não há mais o aspecto mágico apesar da fantasia¹, todos os espectadores entendem que a projeção provêm do canhão de luz. As pessoas não acreditam que os suportes físicos realmente se movem, porem como tratado no meu artigo FUSÃO PROJETUAL, MOVIMENTO BETA E ANAMORFOSE, TÉCNICAS VISUAIS PARA O VÍDEO MAPPING, a fantasia passa a ser a ilusão cognitiva de movimento.

Política, memória e futuro.
Voltando às perguntas sobre a transmissão social de Louis-Jean Calvet e Joël Candau: O que conservar? Como conservar? Quem conserva? Como transmitir? E por que transmitir?
O vídeo mapping patrimonial responde como alternativa apenas pela forma e os meios de transmissão. O que conservar está atrelado à política e quem conserva, apesar de ser um clichê, são os vencedores que escrevem a História, as classes dominantes. No caso do Brasil e sua História a maior parte do povo considera que quem vive de passado é museu. Talvez o vídeo mapping poderia ser uma forma persuasiva de veicular conteúdos históricos, sem considerar a dinâmica política e a rejeição popular.

Logo no começo do texto O Jogo Social da Memória e da Identidade: Transmitir, Receber, Candau sintetiza que "Quando Halbwachs vincula "o pensamento social" a uma memória, ele quer dizer com isso que ela resulta, em essência, da transmissão de um capital de lembranças e esquecimentos.". De fato é bastante acessível o fato de que o único que temos é o presente, apesar das diversas abordagens do tema por parte de inúmeros filósofos.
No debate sobre os textos “A substância social da memória” e “A pesquisa em memória social”, de Ecléa Bosi. A autora contribui com a percepção psicológica e filosófica da vida, em Bergson. Segundo Franklin Leopoldo e Silva num dos vídeos da Casa do Saber, desenvolveu idéias que até então eram muito pouco estudadas na História da Filosofia, entre elas o tempo
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1. Uma situação imaginada por um indivíduo ou grupo que não tem qualquer base na realidade em si (concreta), mas expressa certos desejos ou objectivos por parte do seu criador/paciente.
no sentido da transformação dinâmica do mundo, em contraposição às filosofias essencialistas, onde voltaremos à eternidade, etc. Esse existencialismo e anti-essencialismo se encontra também nas filosofias de Hegel e Nietzsche, mas no caso de Bergson o enfoque na memória que nos auxilia a entender e viver o presente. O estofo da realidade humana é temporal, então a consciência dessa transitorialidade processual inclusive de nós mesmos é aquilo que dignifica o ser humano por dar-lhe consciência das transformações da vida. Para Bergson nossos estados de consciência não são bem delimitados, nossa consciência é artificial, ultrapassa as barreiras cronológicas do tempo, nossas emoções guiam essa direção segundo o que vivemos. Essa seqüência ininterrupta de emoções e sentimentos se chama Duração. Devemos usar da intuição para entender para poder compreender essa realidade humana e seus fluxos sentimentais.
O passado não existe mais, mas é o que construiu o presente com todos os seus detalhes. Esquecer o passado como diz o ditado, é uma condena a repetir os mesmos erros. Mas os erros são relativos às classes sociais: A exploração capitalista beneficia a burguesia, recordar é viver, por questões materiais e psicológicas a classe dominante tem maior disposição para lembrar, analisar e agir segundo o registro da História. Do ponto de vista da qualidade de vida, se um indivíduo ou uma classe social inteira, são infelizes, a infelicidade se perpetuará na medida em que se esqueçam os fatos e os fenômenos não se estruturem. Apesar de ser tabu, Adorno apontou o mais eficiente mecanismo de hipnose e esquecimento para as massas: A indústria cultural.
A História do Brasil registra talvez os maiores fenômenos traumáticos na História do Capitalismo tardio, apesar de não ter índices de qualidade de vida tão baixos quanto os países da África subsaariana ou do oriente médio. Contribuindo para o esquecimento salutar que defende o autor, indústria cultural dominou o imaginário brasileiro através da rede Globo, modificando drasticamente o cotidiano através dos anos, como foi retratado no filme Bye bye Brasil.
A História do Brasil, segundo o marxismo, guarda semelhanças estruturais com a História de todas as regiões de Capitalismo tardio, sendo colônias das metrópoles européias e porque não, colônias econômicas dos USA.
Apesar de ser tabu, o termo Imperialismo é defendido pelos próprios cidadãos norte-americanos e exaltado pelo exército em comerciais de recrutamento, algo impensável no Brasil. No Brasil a Indústria Cultural, criada com capital norte-americano agride as iniciativas nacionalistas/progressistas como o PT, a CUT, MST, etc, e o efeito dessa agressão tem resultado por exemplo no apoio popular ao Golpe de 2016. Como país de Capitalismo tardio o Brasil de fato tem sofrido pressões imperialistas permanentemente, sendo o período dos governos PT exceções à todo a série histórica de governos subservientes primeiro à Inglaterra e depois aos USA. A História do Brasil é principalmente feita por opressões e explorações do povo, impedindo a este o acesso a qualquer teoria estrutural do Estado e da Sociedade, apenas como exemplo o marxismo, não só compreendido como adotado na sua maior expansão a meados do século passado por cerca de um terço da humanidade. A mídia e a Indústria Cultural nunca esclarecerão ou ensinarão qualquer teoria estrutural, nunca veicularão qualquer conteúdo acadêmico, apenas intercalarão notícias sobre escândalos de toda ordem com crimes bárbaros que aliviem a existência da população, por continuar vivos apesar de cada vez mais empobrecidos, por exemplo a queda do avião da Chapecoence quando do congelamento dos gastos públicos por 20 anos, que se reflete hoje em cortes no Bolsa Família, na CAPES...

O estudo da memória implica no estudo da Sociologia, Economia e Política, assim como filosoficamente é impulsionada tacitamente talvez pelo impulso vital definido por Schopenhauer, parecido com o impulso vital de Bergson, e pela luta de classes marxiana, no campo temporal Bergsoniano que reduz tudo indiretamente à prática política generalizada em todos os gestos biopolíticos de todos os cidadãos. O conceito de tempo de Bergson não é conflituoso com a dialética hegeliana, nem tampouco com a marxiana, assim como com a teoria geral do Eterno Retorno de Nietzche, todas estão na grande divisão do Existencialismo, e a não ser pela tradução subjetiva dos sentimentos em Bergson e sua Duração, mais vinculados à psicologia, com relação ao marxismo, todo o existencialismo desconsidera qualquer essência do passado e do futuro.

 

Os conflitos sociais vinculados à divisão em classes sociais se travam no cenário da biopolítica, que restringe os oprimidos a adquirir conforto, e vitimiza as classes dominantes através da delinqüência.
Seja pela Duração dos sentimentos que ao longo da vida calejam em estereótipos, seja pela divisão marxiana das classes sociais, a memória é política. A História e seu registro por parte das classes dominantes busca formatar a Indeterminação bergsoniana de sociedades como a brasileira, através de estereótipos como o do bom selvagem ou da democracia racial, o formato audiovisual da TV aliado ao sucateamento da educação busca encerrar ideologicamente a população, através dos instintos imediatos como a vaidade. Os formatos audiovisuais são fantasmagorias relativas ao imaginário identitário social, formado através de disputas hegemônicas e contra-hegemônicas, que no Brasil são muito mais instrumento da hegemonia norte-americana através da Globo que expressão e criação artística autêntica. Com relação aos formatos audiovisuais, a TV cria um imaginário semântico que é incorporado à realidade da população, a presença da TV e especificamente o seu discurso no imaginário brasileiro instigam dúvidas sobre seu propósito: Será que a TV Brasileira é um fruto autêntico do povo brasileiro? Em quê medida a censura ideológica na TV, desde a Ditadura, impede que o povo aprenda conteúdos acadêmicos que poderiam conflitar com os interesses norte-americanos?
De certa forma a TV brasileira age como anestésico e amnésico, desorientando a população sobre o estado de nacionalização na economia, perseguindo apenas partidos como o PT, e apoiando o neoliberalismo. O conteúdo semântico da TV não guarda relação com o seu conteúdo ideológico, de fato a ideologia também não têm vínculo com qualquer linguagem audiovisual, no entanto dificilmente um conteúdo audiovisual estará isento de formato, linguagem e ideologia. A imersão numa obra audiovisual pode ser principalmente semântica, no caso da TV, mas sobretudo cognitiva no caso da realidade virtual e do vídeo mapping, sendo formatos com ainda maior potencial imersivo cognitivo, sem prejuízo da imersão semântica através das linguagens da TV, das quais os espectadores são vítimas atualmente. Por enquanto a realidade virtual não é uma tecnologia acessível, e o vídeo mapping também parece ter menos projeção portátil ainda, no entanto a interação da mídia tradicional inter-rede-social, feed-back inédito que poderia ser considerada como uma ampliação na imersão semântica da linguagem tradicional.
No caso do Brasil, as forças progressistas virtualmente venceriam uma eleição no primeiro turno, o que desacredita a interação aparentemente esterilizada que acontece entre a população, através de vídeos e o jornalismo da Globo, já que no começo dessa iniciativa houve críticas à Globo como um todo e logo em seguida até hoje, cinco meses depois, não há mais críticas mas mensagens de apoio, produzidos artificialmente.
A TV serve ao povo como escapismo às mazelas que a própria TV produz, sem educação formal a população não consegue identificar quais são as áreas estratégicas para o desenvolvimento, e com as pautas do editorial tudo parece ser um show produzido para desorientar, de acordo com os princípios apontados por Noam Chomsky. É muito difícil que se desenvolva qualquer programação e conhecimento cultural fora do domínio da TV Globo, que tem uma agenda neoliberal.

Conclusão:
A meu ver para Bergman a Duração da memória estaria vinculada à busca pela felicidade, assim como para Bauman "a política é a habilidade de decidir quais coisas devem ser feitas".
O módulo II houve uma continuação dos temas do módulo I, os quais se referendam em uma monografia desenvolvida na UFRB, especializada numa interseção temática da minha pesquisa de Dissertação de Mestrado, o Vídeo Mapping. Considero muito valiosa a monografia de Jamile Nascimento Araújo e talvez ainda possa desenvolver mais o meu conceito de Formato Audiovisual e a Categoria de Vídeo Mapping Patrimonial, usando sua publicação como substrato. Da mesma forma talvez possa dar continuidade à abordagens do Formato como Fantasmagoria e Simulacro, nas linhas de Debord e Baudrillard.
Na passagem de Memória e Identidade, onde Joël Candau escreve que "(...)uma nova espécie de homo sapiens parece nascer atualmente sob os nossos olhos, aquela dos comunicantes, imersa em um universo desordenado de traços e irrigada por fluxos ininterruptos de imagens, para além da constatação importa tentar saber a significação dos efeitos disso para particularmente sobre as representações de identidade.", percebo semelhanças com a mudança de Formato social que apontei, com novas formas de identidade desconexas das tradições institucionais do século XX. Mas discordo com a percepção pejorativa da "iconorréia", uma vez que a cibercultura preenche a existência de muitas pessoas ao redor do mundo, tendendo ao crescimento e vendo sua iconologia e linguagem refletidas inclusive na publicidade clássica.
Apesar de ser uma publicação anacrônica com relação a toda a dinâmica das redes sociais, o livro Cibercultura, de Piere Levy, em 1999, previu o domínio do stablishment sobre a internet. O facebook por exemplo é controlado pela Política Federal, que por sua vez é controlada pela CIA, e determinadas publicações por exemplo sobre vítimas de tortura na Ditadura que começou em '64, sobre filhos de velhas raposas da política candidatos à eleições, ou até mesmo movimentos contra cortes de verbas na CAPES são censurados. Nesse cenário, o facebook se transforma no exato panóptico apontado por Foulcault, mas como afirma Bauman numa das suas últimas entrevistas: O mundo melhorou muito nos últimos centenários.
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(Figura 05: publicidade em banner impresso, sobre cibercultura.)

Referências:
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001.
Bauman, Z. O mal-estar da Pós-Modernidade. rio de Janeiro: Jorge. Zahar, 1998.
BURKE, Peter. Iconografia e Iconologia. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru, SP: EDUSC, 2004, p. 43-72.
BURKE, Peter. Além da iconografia?. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru, SP: EDUSC, 2004, p. 213-223.
CANDAU, Joël. O jogo social da memória e da identidade (1): transmitir e receber”. Memória e Identidade. 1 ed. São Paulo: Contexto: 2014, p. 105-136.
CANDAU, Joël. O jogo social da memória e da identidade (2): fundar, construir”. Memória e Identidade. 1 ed. São Paulo: Contexto: 2014, p. 137-179.
"A fluidez do 'mundo líquido' do Zygmunt Bauman", Programa Milênio. GloboNews. Acessado no YouTube em 06/08/18.
"HENRI BERGSON: TEMPO E MEMÓRIA | FRANKLIN LEOPOLDO E SILVA". Acessado no YouTube em 06/08/18.

"HENRI BERGSON: INTUIÇÃO E DURAÇÃO | FRANKLIN LEOPOLDO E SILVA". Acessado no YouTube em 06/08/18.

"Bergson e a reflexão sobre o tempo | Franklin Leopoldo E Silva", Acessado no YouTube em 06/08/18.

"Amauri Ferreira: Bergson - A percepção como seleção de imagens, 04/03/16", Acessado no YouTube em 06/08/18.