sábado, 11 de março de 2017

Utopia estética da legitimidade divina.

Até bem pouco tempo atrás os ateus eram queimados vivos, empalados, feriam-los e pingavam suco de limão, jogavam sal nas suas feridas, eram obrigados a ouvir gospel, e tantas outras coisas assaz lúdicas que não consegui inventar agora... Na verdade, é uma sorte não ser assim tão reprimido, submetido à diversos tipos de objeção de consciência. O que seria de mim sem a liberdade? É impossível viver no Brasil sem ver diariamente pessoas sem liberdade. Obrigado, enrredos da vida. Obrigado, oh, força física! Quanta... Tanta... Oh... q.
Não, eu queria falar sobre algumas coisas, espero lembrar todas:
Eu gosto do Barroco, Rococó, acho bastante belo... Mas houve um tempo em que quem os pagões eram submetidos a ouvir cretinices formais, cretinices éticas, contradições miseráveis, sei lá, torturas... Não li isso, mas imagino que todas aquelas belas igrejas, e além delas os castelos todos, eram propriamente em si, oficialmente, obras de Deus. Tudo bem, pra mim são umas belezas, mas e a miséria da condição de praticamente todo mundo a tão pouco tempo atrás? Se na NBA dos anos 70 só tem magrelos... Insanidade demais, ai sim, lida no livro. Penso muito não só nessas igrejas que demoravam até uma centena de anos (que afortunadamente as empreiteiras vão começar a ser probas, graças ao Moro), talvez só por questões técnicas da época (e que finoquio quem atesoura a ~high tech~, e que boa pessoa o hipster que gosta do vintage), penso como seria bacana (e eu sei que existe) simular as condições da época na construção de diversos templos da Idade Moderna, Média, Antiga... Talvez só numa animação, pra evitar a insanidade. Não tinha internet, o peão não entrava no caralivro depois de deixar a vida construíndo essas belas igrejas de Deus... Quanto mais belas quanto mais invadidas por vegetação (tem ao menos dois Camilos das Teorias da Restauração que defendem que quanto menos intervenções melhor), porque não tem edificações mais belas que essas barrocas do Brasil e as barrocas da Indonésia (bah haha), todas cheias de samambaias, etc.
Não faço ideia, mas ainda não fui morto pelos inimigos dos ateus, acho que o Brasil ainda é um país laico. O grande problema do niilismo é que: Tudo bem, nada importa, Deus pode existir, ou as pessoas podem dizer que existe... Ou as pessoas podem se matar sob qualquer pretexto, nada tem importancia. Essa é a diferença entre o Niilismo e o Marxismo, pro Marxismo a exploração do homem e a luta pela sua emancipação são a razão de ser, então pelo menos importam... Para não haver contradição o Niilismo fica num nível tão abragente quanto Deus, e não na inação ante o adultério, correto? Mas se tem vida depois da vida proletária? Não tem. Prova que tem! Não tem. Aquelas igrejas barrocas, verdadeiras obras de Deus, numa época muito mais obscurantista que a nossa, porque podemos afirmar sem dúvidas que não houve qualquer pessoa com muito conhecimento quanto hoje... Aquelas igrejas eram praticamente a única instituição social, eram o controle, eram a ditadura, mas se preferirmos, eram o bom Deus, e desenvolver tantas teorias científicas hoje praticamente endeusadas, como a da Seleção Natural de Darwin, nem sei os nomes exatos, mas as contribuições de Galilei, Newton, Nietzsche, Marx, etc... Ficariamos acreditando em Deus mesmo, endeusando nossas sandalias de couro, nossas saias medievais, o bom diabo que for, muito diferente da contemporaneidade. Naquele mundo a consciência era nula, institucional, belicamente aberta contra os negros, um pouco diferente de hoje. Eu só quero declarar que não faço a mínima ideia do elo histórico entre o bom Deus católico da prehistória da consciência humana e todas aquelas quinquilharias sociais, e as igrejas pentecostais hoje. Sei que as suas igrejas são muito maiores, cabe a comparação do trabalho socialmente necessário, porque se não não sinto firmeza nesse Deus contemporâneo... O processo social objetivo das massas negras é facinante, da resistência até os dias de hoje, no Catolicismo e nesse neopentecostalismo. Deus nunca poderia na verdade ter sido uma estética enfim, mas é muito interessante também a formação desses conceitos estéticos... O Barroco e o Rococó são belos, beleza, mas quem eram os gays que afirmavam que essas formas eram Deus? Quais eram os programas gays no YouTube que eles assistiam? Quais eram os baphos nos comportamentos? Não eram RYCAS mas aposto que todos eram uns abusadores de merda, lacras éticas, lixos da História, estupradores, abusadores, muito diferente da nossa sociedade. q.
Não tem mais nem menos, mas fazendo uma piada, se o Barroco e o Rococó não representavam Deus, mas apenas os veados desse âmbito arquitetônico, decorador, como que as igrejas pentecostais não representam Deus.
Num trecho que não achei agora, diz-se no livro, do interesse gay das tendências não só arquitetônicas, mas decorativas, do mobiliário, etc... Então lembrei de Marcela Temer, seu marido, e essas grandes diferenças sociais do ontem e do hoje. Dona Marisa deixou o Palácio Presidencial com nome Tupi, como no projeto de sei lá quem... Não sei, mas gosto do tema, apesar de ainda não ter me programado para ser sexualmente gay. Acontece que todo povo, que se preze ou não, precisa ter uma relação positiva com seu entorno, com os outros povos, com a História da Humanidade. Então surgem uma centena de problemas dos signos de Terra, sobre o quê representa os povos, sobre como se auto-representar formalmente (porque não vivemos em guerra mas numa vida pró-ativa), numa intenção globalmente positiva, porque não de emancipação dos cidadãos, na qual cada cidadão também tem interesse intelectual no debate da sua representação através de objetos. Objetos! O ser humano é praticamente o ser criador de objetos, e é humano graças aos objetos... Em determinado momento os seres humanos se emancipam dos objetos imediatos e podem refletir sobre os objetos obsoletos, ou criar objetos de valor unicamente simbólico... Ou se o debate pegar fogo, todo mundo resolver entrar na competição de produção de smartphones, ou eleger um modelo estrangeiro finalmente, para representar-se. O debate não é intenso, mas Dona Marisa, que terminou sua mágica, pontou muito mais que aquele piteu da Marcela, porque ela é eticamente feia, por isso.

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