quinta-feira, 6 de abril de 2017

O quê fazer com um pretenso incorruptível? O mesmo que Andrzej Wajda, zoá-lo! (O que queria Robespierre?)

Canceriano, o filme que sempre assisto nesses tempos (de uns 10 anos pra cá) é Danton...
Nesse momento nessa cena, uma conversação logo no começo do filme, entre Robespierre e Saint Just, o incorruptível se nega a beber chá sem açúcar mas lho oferece contraditoriamente ao seu parceiro... Éléonore Duplay, uma canceriana, sem dúvidas tinha todas a razão em preocupar-se da inapetência de Robespierre, um taurino que recusava comida... O incorruptível que cometia muitas corruptelas em cenas estelares, tinha um péssimo caráter (e claro que não me refiro à acepção ~mal humor~).
Ruminadas as dúvidas históricas das conjunturas inéditas e atemporais com relação a Marx, Danton de fato viria a ser um Lula colocado num trânsito histórico fatalmente hard core, torço para que infinitamente muito menos que o Brasil hoje. A França pós Revolução Francesa, 1789, ao menos tb tinha um escorpião no meio do slam, e era divertido porque decapitações e monstrengos diversos a parte, a boa ou má fé é uma obra de arte da manipulação... Danton fez boas jogadas mas no final perdeu... Segundo Wajda, Robespierre era um imoral grotesco, corruptêlo e safado, que dava o que não queria pros amigos, e sinceramente ficava com a consciência tranquila, o estúpido. Bah hahaha... No filme não tem aprofundamentos macro-econômicos, mas a nobreza voltou depois da Revolução Francesa e ciclos de monarquia e império, todos as lideranças da nobreza tiveram muitos filhos, mas teve um rei que não teve filhos, mmm... Então Robespierre queria desenvolver o Capitalismo inédito e o Robespierre vai saber o quê queria, talvez queria restaurar a monarquia! Talvez queria ele próprio ser o Rei! Ao menos é o que Wajda dá a entender numa ironia deliciosa.

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